17 Perguntas e Respostas sobre o Demiurgo de Platão
Saudações, meus caros!
Neste artigo selecionamos 17 perguntas e respostas sobre o Demiurgo de Platão para que não fique mais nenhuma dúvida sobre o assunto. No texto “O Demiurgo Platônico e a geração da vida cósmica“, você tem uma introdução sobre o assunto. Vale a pena dá uma olhada.
O demiurgo platônico é um ser situado entre os dois mundos, o ideal e o sensível, colocado no cume do universo físico, como um reitor ou governador. É a causa divina, o ser que ordenou o mundo. Trabalha sobre a substância do mundo, ajustando se a natureza do substrato de todas as coisas.
No Timeu, a necessidade de explicar a origem e a ordem do mundo leva finalmente Platão a definir claramente os caracteres desse Deus, inferior as ideias e organizador do mundo físico dos seres móveis. (Fraile, 360, §3º, e 361, §§2º a 4º)
2. Por que o Demiurgo criou o mundo?
Dispondo dos três elementos — as ideias como modelos, o caos dos elementos como matéria e o espaço como lugar para colocar suas criações —, o demiurgo começou o seu trabalho. Que causa o moveu a produzir e ordenar o universo? Ele era bom, e no bom não pode haver inveja de coisa alguma; e assim quis fazer todas as coisas, tanto quanto possível, semelhantes a ele mesmo. (Fraile, 366, §2º)
3. Qual o papel do Demiurgo e dos “deuses criados”?
Enquanto o demiurgo se encarrega de gerar as almas individuais, os deuses criados se ocuparão dos corpos, fazendo com que os seres mortais sejam bons e belos. O material utilizado nesse processo são os quatro elementos tradicionais. (Franco Trabatoni, Platão)
4. O Demiurgo era o Deus de Platão?
O demiurgo platônico tem características de pessoa, isto é, de Deus, pois conhece e quer. Mas ele é inferior ao mundo das ideias no seu complexo já que não o cria. O demiurgo não cria nem mesmo o princípio material.
Os astros e o mundo, concebidos como inteligentes e animados, são deuses criados pelo demiurgo; e ele talvez se acrescentem algumas divindades do politeísmo e que Platão parece conservar ou pelo menos parece não rejeitar de maneira categórica e global.
Para Platão, divina é a alma do mundo, divinas são as almas das estrelas e as almas humanas, junto as quais devem ser enumerados os demônios mediadores, dentre os quais Eros é o exemplo mais típico. (Giovanni Reale, 303, §§3º e 4º, e 304, §3º)
5. O Demiurgo é o artesão cósmico?
Para compor dialeticamente a alma do mundo a partir de várias formas, o Timeu apela para a figura do artesão cósmico, o demiurgo, que, em sua bondade, desejou que os elementos das coisas, submetidas a uma desordem inicial sem razão nem medida, fossem o máximo possível semelhantes a ele. (Platão, Jean-François Mattéi)
6. Para Platão, o Demiurgo é o Deus no sentido cristão?
É preciso ter em conta que, para Platão, por cima do demiurgo e dos deuses astrais estão as ideias, situadas em um plano ontológico superior.
Propõe-se ao demiurgo como modelo para a vida humana e se recomenda imitá-lo e assemelhar-se a ele, é por considerá-lo mais próximo a nós, representando um ideal acessível ao homem, já que, mesmo que o demiurgo e os deuses astrais sejam seres inferiores às ideias, são felizes desfrutando de sua contemplação desde seus postos cósmicos, em um estado semelhante ao que tinham as almas humanas antes de sua queda e de sua união com o corpo. (Fraile, 389, §2º)
7. Qual a ordem de criação do mundo, segundo o Demiurgo de Platão?
Depois de criar a alma e o tempo, o demiurgo forma os planetas, que são os sinais do tempo. Em seguida, as formas vivas, que já são em quatro gêneros no modelo ideal: os deuses; as espécies que vivem no ar, na água e na terra.
Há dois tipos de deuses: o primeiro, realizado no fogo (astros); o segundo, os deuses da mitologia tradicional. Os deuses são bons e cuidam da parte do mundo que lhes é confiada de modo a torná-la o melhor possível. (Franco Trabatoni, Platão)
8. Como o demiurgo uniu a alma do mundo com o corpo do mundo?
Uma vez formados separadamente a alma e o corpo do mundo, o demiurgo os uniu, fazendo-os coincidir exatamente em todas as suas partes, mas de sorte que a alma envolveu o corpo do mundo, começando este a viver com uma vida inalterável na duração do tempo. (Fraile, 367, §1º)
9. O que o demiurgo fez com as almas que criou?
No Timeu, o demiurgo, logo depois de ter criado as almas destinadas a encarnar-se em corpos humanos e depois de tê-las confiado aos astros (para que, por meio deles, passassem aos corpos), mostra-lhes a verdade originária: aquela verdade da qual a alma, ao entrar depois no corpo, se esquece, mas não inteiramente. (Giovanni Reale, 160, §6º)
10. Como o demiurgo criou as esferas celestes?
O demiurgo, prosseguindo sua obra criadora, formou duas bandas com a mescla do idêntico e do diverso, as quais cruzou uma com outra em forma de ” (letra grega X), ficando uma dentro e outra fora.
Depois as dobrou, formando com elas dois círculos concêntricos: no exterior predomina a substância do idêntico, destinando para colocar nele os astros divinos, que são seres viventes, inteligentes e imortais. O interior, em que predomina o diverso, os seguiu dividindo em outros seis círculos ou céus móveis, nos quais gerou os planetas, que também são seres viventes e inteligentes. (Fraile, 367, §4º)
11. Quais foram os passos do demiurgo na criação do mundo?
As etapas da criação do mundo, pelo demiurgo, foram as seguintes: a
criação da alma cósmica;
criação do corpo do mundo;
criação das esferas celestes;
quatro espécies de viventes;
os elementos.
12. Quais foram as primeiras ações do demiurgo em relação ao mundo?
Querendo que todas as coisas fossem boas tanto quanto possível, e nenhuma delas fosse má, o demiurgo começou a ordenar o caos primitivo, introduzindo ordem na desordem, para fazer uma obra ótima conforme as relações musicais.
Para isso, tomou por modelo um mundo das ideias e dos números, e em especial a ideia de animal vivente perfeito, afim de fazer um mundo que fosse também um grande animal vivente. (Fraile, 366, §§2º e 3º)
13. A atividade do demiurgo consiste na criação de algo novo?
No último eu não existe o conceito de uma criação a partir do nada. Trata-se simplesmente de uma ordenação de elementos já existentes eternos. A operação do demiurgo não consiste em criar nenhuma realidade nova, mas apenas introduzir ordem na desordem caótica do elemento material, modelando conforme a imagem da ideia de vivente eterno.
O resultado serão os cosmos sucessivos que se repetem em círculos de 10.000 anos, conforme o conceito de Heráclito e Empédocles. (Fraile, 364, §2º)
14. O demiurgo e o Bem são o mesmo?
O deus supremo, para Platão, é o demiurgo (isto é, a inteligência suprema) que, como diz o Timeu, é o melhor dos seres inteligíveis e a melhor das causas. Por sua vez, a ideia do bem é o Divino. Em outras palavras, o Deus platônico é aquele que é bom em sentido pessoal enquanto a ideia do bem é um bem em sentido impessoal. (Giovanni Reale, 150, §2º)
15. Em que consiste a atividade criadora do demiurgo?
A atividade criadora do demiurgo consiste em levar o uno aos muitos mediante os seres matemáticos intermediários e a dimensão numérica. Caracterizam de maneira mais perfeita essa atividade: i) a criação do tempo; ii) a criação dos elementos; e iii) a criação da alma. (Giovanni Reale, Platão)
16. Como o demiurgo coloca ordem no universo?
Ao colocar ordem no universo, o demiurgo apoiou-se no Uno, que, para Platão, é a própria essência do bem; e operou realizando a unidade na multiplicidade, nos modos mais variados e mais notáveis, por meio da medida e das relações numéricas e geométricas. Sem a intervenção da divindade todas as coisas jazem sem ordem e sem medida.
Ordenar o universo consiste em produzir os logoi, as relações numéricas, a medida e em plasmar e modelar “segundo formas e números”; e é isso que produz coisas belíssimas e ótimas. O que o demiurgo produz é um bem que se infunde no princípio material mediante a relação numérica e pondo em proporção às coisas que estão em desordem segundo relações numéricas.
A atividade do demiurgo consiste em levar as coisas que se encontram em condição desordenada a uma medida e introduzir nelas ordem e proporção geral e particular, de modo a conduzi-las a estar em relação adequada com a medida. (Giovanni Reale, 142, §3º)
17. Para Platão, o mundo é belo ou feio? O que isso nos diz sobre o demiurgo e seu trabalho?
Para Platão, o mundo é belo; logo, justamente por isso, o demiurgo olhou necessariamente para um modelo eterno. Além disso, sendo o universo a mais bela das realidades que foram geradas, o seu demiurgo é, consequentemente, o melhor dos artífices, aquele que imitou e realizou bem no maior grau possível. (Giovanni Reale, 133, §2º)
À medida que realizo meus estudos alquímicos e que busco praticar os ensinamentos da Grande Arte, trago para este espaço informações e dicas para todos aqueles que, assim como eu, enxergam a Alquimia como possibilidade de transformação e evolução.
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